Esse dilema surgiu na minha família em 2013, meu marido se sentiu mal e tivemos que leva-lo às pressas ao hospital,ele foi internado com um quadro de convulsões e perda de memória,não
demorou muito e veio o diagnóstico: TUMOR CEREBRAL,ele seria operado imediatamente.Naquele momento senti como se meu mundo desabasse,fiquei sem chão.
À principio pensei que perderia meu marido e fiquei imaginando o que seria de mim e meus filhos sem ele,foi devastador.
A cirurgia correu bem e ele se recuperou rápido"Graças a Deus".Hoje ele faz acompanhamento de 6 em 6 meses para controle do tumor que não pode ser retirado por completo devido aos riscos de sequelas.
Nossa luta é constante e a torcida pra que tudo continue bem também,só Deus sabe as noites de angústia,medo e desespero que passei e as vezes ainda passo.
Nosso psicológico fica abalado assim como nosso emocional,nos sentimos incapazes e sem forças, desenvolvemos uma necessidade de estar sempre perto na tentativa de evitar que algo aconteça e que não estejamos lá para socorrer e amparar,esquecemos de nós e passamos a pensar apenas naquele que nos necessita,deixamos de dormir e de nos alimentar direito,paramos no tempo.
Para manter-se bem meu marido toma anticonvulsivos diariamente o que faz ele ter efeitos colaterais: sono, cansaço,e a terrível alteração de humor(algo que ainda estou me acostumando,mas confesso que aprendi a ter paciência e entender os momentos de estresse dele).
Ler histórias e relatos de quem passou ou passa pelo mesmo dilema tem me ajudado muito e é ao que recorro quando a insegurança me persegue.
Sei que não é o fim,que esta luta vai continuar mas a força de vontade e a convicção que meu marido tem de que tudo ficará bem é o que me motiva a continuar firme e não desistir jamais.
Hoje posso dizer que aprendi muito com tudo isso,amadureci e passei a entender que o outro não é nossa propriedade, que devemos viver e amar intensamente,aproveitar cada momento,o hoje o agora.
NADA É CERTO E O FUTURO É INCERTO!
Ser feliz mesmo nas dificuldades é um aprendizado diário que só depende de "nós mesmos" e da nossa "capacidade de se recriar".
Espero que meu relato tenha ajudado você a perceber que não somos os únicos a enfrentar dificuldades e que a doença na família é algo que tem se tornado cada vez mais comum,só tem uma coisa que nunca será comum: A DOR QUE SENTIMOS AO VER QUEM AMAMOS SOFRER.
Por mais doloroso que seja temos escolhas:
- Nos lamentamos e deixamos que este sofrimento tome conta de nós ou lutamos e confiamos que tudo passa e que se tivermos amor o caminhar será com "menos tropeços embora continue tendo pedras".
Beijo.
